Jennifer Lobo, 28 anos, é filha de brasileiros, mas nasceu em Miami, Flórida. Há três anos ela fixou residência na capital de São Paulo e no final do ano passado lançou no Brasil um serviço online que tem gerado certa polêmica: o Meu Patrocínio.
Em resumo, Jennifer diz se tratar de um site de relacionamento que pretende equilibrar as expectativas de seus pares. Algo que no romantismo cotidiano pessoas podem achar de uma confusão não deliberada. Alinhar expectativas, para Jennifer, é algo fundamental e “aumenta as chances de um relacionamento dar certo”. E nesse caso, o dinheiro não precisa ser um tabu, sugere.
No Meu Patrocínio, a ideia é conectar seus usuários – homens financeiramente abastados a mulheres que, entre outros eufemismos, querem ser mimadas. Um dos slogans do serviço é “relacionamentos de benefícios mútuos”.
“Você homem bem-sucedido [...] é um cavalheiro, um patrocinador, um mentor que procura uma princesa para mimar”, diz o site.
Lançado em novembro do ano passado, o site já conta com 20 mil usuários, sendo que 80% deles é composto por mulheres. A média de idade das moças é de 26 anos e a de homens, 42 anos. Há também um apelido para cada uma das partes, no caso dos homens “sugar dady” e das mulheres “sugar baby”. O maior número de usuários se concentra no Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, com 37% dos usuários, seguido pelo Rio de Janeiro (11%) e Minas Gerais (10%).
Como funciona
Para usar o serviço, interessados precisam criar seus perfis no site informando idade, onde moram e publicando uma foto. A diferença aqui é que sugar daddies precisam informar suas rendas mensais.
A média da renda dos assinantes premium, que são aqueles que pagam por uma mensalidade de R$ 169 - em breve o valor aumentará para R$ 199 - é de R$ 54 mil e possuem um patrimônio avaliado em R$ 7,5 milhões. Homens que não assinam o serviço não têm permissão para engajarem conversas com pretendentes. Moças não pagam para usá-lo.
É claro que você pode se perguntar como alguém vai conseguir checar o patrimônio de um usuário; teria o Meu Patrocínio acesso ao holerite de seus sugar daddies? Em entrevista ao IDG Now! Jennifer diz que tais informações são declaradas espontaneamente e que homens podem informar o que estão dispostos a "bancar". Um campo definido como “estilo de vida” no perfil de cada usuário dá uma indicação do que ele pode gastar em um encontro e da mesma forma o que uma mulher pretende ali.
“A razão disso é por que é importante discutir essas expectativas dentro de um relacionamento. A garota pode dizer se está em busca de um relacionamento sério, por exemplo, você pode abrir essa discussão”, diz Jennifer.
Polêmicas
Em tempos onde a discussão sobre feminismo ganha cada vez maior importância e os autos da Internet, um serviço como o Meu Patrocínio tem sido olhado com desconfiança. Pergunto para Jennifer como ela encara as críticas de que o site é associado a uma espécie de prostituição ou serviço de acompanhamento.
“Então, eu acho que é um preconceito, que as pessoas não entenderam a plataforma, estamos divulgando a marca. Na prostituição, é uma transação que envolve sexo e dinheiro. No nosso site, não estamos falando de sexo, estamos falando de relacionamento, estamos tentando tirar esse tabu de falar de finanças e estilo de vida, que é uma parte muito importante dentro do relacionamento”, defende.
Segundo ela, conversas dentro da plataforma são monitoradas e se houver alguma sinalização de aliciamento e prostituição, usuários são banidos do site.
“E outra coisa, se alguém estiver buscando isso, não permitimos no site. Da mesma forma, usuários podem denunciar e se isso acontecer vamos suspender do site completamente”, diz a CEO.
Outro dado recém-divulgado pela empresa é que 42% dos usuários são solteiros enquanto 33% são casados.
- Como você encara a relação de que sites de paquera poderiam tornar mais fácil a traição?
- A nossa ideia é transparência. Eles [os usuários] informam se são casados. Se eles forem casados, vai ser a escolha da mulher aceitar ou não. Eu não estou aqui falando se deviam ou não fazer isso, estamos dando um lugar para as pessoas se encontrarem e para serem transparentes.
Para 2016, Jennifer diz que o Meu Patrocínio lançará uma versão para Sugar Moms encontrarem jovens rapazes que também querem ser mimados e, em breve, terá sua versão aplicativo.
O foco, diz a CEO, é consolidar o serviço no Brasil, antes de pensar em expandi-lo para outros mercados. A expectativa é atingir 85 mil Sugar Babies cadastradas nesse ano; 20 mil Sugar Daddies e 1.500 membros Premium. A receita esperada para 2016 é de R$ 2 milhões.
Fonte: IDGNow
Nenhum comentário:
Postar um comentário